— sábado, 5 de outubro de 2024

Como escolher as plantas para compor seu paisagismo?

Quando se trata de um projeto de paisagismo, a variedade infinita das plantas permite a criação de composições estéticas únicas.

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A diversidade de espécies de plantas criam composições paisagísticas criativas e apelativas. Porém, devemos considerar critérios práticos que vão além da aparência para garantir a sustentabilidade do projeto.

Função: Mais do que aparência

Cada planta tem uma função no paisagismo, seja estética ou funcional. Algumas plantas projetam sombra em áreas planas. Outras bloqueiam vistas indesejadas ou atuam como barreiras naturais. Plantas com raízes profundas estabilizam encostas. Já as espécies de crescimento rápido preenchem espaços com eficiência. 

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Por isso, é essencial considerar a função de cada planta e como ela se integra ao seu projeto.

Por exemplo, se você quer separar os espaços sem fechar o ambiente, use arbustos médios ou plantas com copas altas, já que elas dividem o espaço sem bloquear a visão. Já para áreas onde a privacidade é prioridade, plantas de crescimento denso e rápido podem ser ideais.

Combinações harmônicas e eficientes

A aparência da planta é o que chama atenção à primeira vista, mas ela precisa estar aliada a um bom planejamento. Plantas são as responsáveis por criar texturas, contrastes e destaques no paisagismo. Sua forma, cor e tamanho impactam diretamente a harmonia visual do ambiente.

É importante considerar as combinações de cores entre folhas e flores. Também pense nas variações de altura e nas diferentes formas das plantas. As espécies de baixo crescimento servem para cobrir o solo e evitar a erosão. Também servem como base visual para plantas maiores. 

Escolhendo o Que Melhor se Adequa ao Ambiente

A escolha das plantas deve ser feita levando em conta as condições ambientais do local. As características climáticas e do solo são fatores para o sucesso do paisagismo a longo prazo. Plantas que não se adaptam bem ao clima ou ao tipo de solo exigem cuidados excessivos e não se desenvolvem bem.

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Plantas nativas são uma ótima escolha. São aquelas que ocorrem naturalmente em uma região na qual evoluíram. Como são adaptadas às condições ambientais locais, elas requerem muito menos recursos. Além de serem melhor adaptadas, a biodiversidade local depende dessas espécies específicas. 

Facilidade de Cuidados

O manejo também é um fator importante. Nem todas as plantas têm as mesmas necessidades de água, poda e fertilização. Algumas espécies são mais resistentes e requerem menos manutenção, ideais para áreas grandes. Por outro lado, plantas com maiores demandas de cuidado podem ser mais interessantes em projetos menores e mais controlados.

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Plantas perenes, como o hibisco, são opções interessantes para projetos que exigem baixa manutenção, já que permanecem verdes o ano todo. Já espécies sazonais, que florescem apenas em certos períodos, podem ser usadas para criar variações e destaques sazonais no jardim, mas demandam mais atenção.


E como podemos estudar e organizar todas essas informações sobre as plantas? A resposta está na interdisciplinaridade, aplicando conceitos de botânica, ecologia e design paisagístico.

Integrando a Ciência Botânica no Paisagismo

A morfologia vegetal é o estudo das características físicas das plantas. Ela é essencial no paisagismo, pois determina como as plantas se integram ao espaço. Isso abrange aspectos como tamanho, forma, estrutura e tipo de crescimento. Esses fatores influenciam a estética e a funcionalidade das plantas. Entender a morfologia de cada espécie ajuda a prever seu comportamento ao longo do tempo. Assim, isso contribui para um paisagismo sustentável, que mantém sua beleza por muitos anos.

Além da morfologia, a fisiologia vegetal também desempenha um papel importante na escolha das espécies. A fisiologia estuda os processos vitais das plantas, como a absorção de água, a fotossíntese e as respostas a fatores de estresse, como calor excessivo ou falta de nutrientes e água.

Selecionar plantas com base em sua fisiologia permite otimizar o paisagismo de acordo com as condições do local. Por exemplo, em regiões secas, espécies com maior capacidade de armazenar água ou de reduzir a evaporação são escolhas inteligentes. Em solos pobres, plantas que têm maior eficiência na absorção de nutrientes podem prosperar sem a necessidade de fertilizações frequentes.

Assim, o projeto se torna não apenas estéticamente bonito, mas também ecologicamente eficiente e sustentável.


Projetos Especiais de Botânica Aplicada à Arquitetura da Paisagem

Se você é estudante da Universidade Federal da Paraíba, te convidamos a participar da disciplina “Projetos Especiais de Botânica Aplicada à Arquitetura da Paisagem"! A disciplina está registrada no SIGAA como 1704293 - PROJETOS ESPECIAIS V.

Nela, você terá a oportunidade de se aprofundar na representação gráfica de plantas no campo do paisagismo e compreender as distinções entre paisagismo e arquitetura paisagística.  Explore como as plantas podem desempenhar um papel central em seu projeto e investigue a interação entre viveiros botânicos e as exigências comerciais das espécies ornamentais vegetais. 

Além disso, será explorado o estudo da classificação dos seres vivos (taxonomia), a estrutura externa das plantas (morfologia), ecologia vegetal e seu funcionamento biológico (fisiologia). Tudo isso em um ambiente colaborativo unindo expertises da botânica e da arquitetura e urbanismo!  

Como parte das atividades da disciplina, você criará um memorial botânico como projeto final da disciplina. As aulas serão realizadas nas segundas-feiras, das 9h às 12h.